Após três meses de avaliação e análise, foi divulgado o resultado do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável Brasil 2011.
A quarta edição da premiação contou com a inscrição de 266 grupos de estudantes e tinha como objetivo a apresentação de soluções simples e economicamente viáveis, capazes de baratear o custo das obras de pequeno e grande porte.
Os estudantes Ártano Silva dos Santos, Marina da Silva Garcia e Thainá Reis de Almeida Coelho, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob a orientação do professor Jardel Pereira Gonçalves (Departamento de Construção e Estruturas), conquistaram o terceiro lugar com o trabalho “Proposta de habitação de cunho socioambiental aliada à inovação tecnológica da construção”, que apresenta nova concepção no desenvolvimento do projeto para habitação de interesse social.
A proposta de habitação de cunho socioambiental (HSA) inova ao associar conceitos da sustentabilidade, como conforto térmico, eficiência energética, economia de recursos naturais e inclusão social. O trabalho foi desenvolvido com o intuito de atender às necessidades básicas da população que poderá ser beneficiada e otimizar o processo da construção civil, tornando-o mais eficiente e sustentável.
Além dos baianos, o Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável Brasil 2011 premiou outros três estudantes.
Em primeiro lugar ficaram as alunas Lorena Rezende dos Santos e Patrícia Eliza de Carvalho, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que propuseram a substituição de parcela do cimento usado em assentamentos de alvenaria por fibras de celulose provenientes do papel Kraft de embalagens de materiais de construção.
A segunda colocação foi dada ao estudante de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Pablo Jacoby, que apresentou solução sustentável com lama resultante da produção dos revestimentos cerâmicos, altamente utilizados pela indústria da construção.
A cerimônia de premiação está prevista para março de 2012 e cada um dos vencedores – estudantes, orientador e universidade – receberão o prêmio de R$ 20 mil. Além disso, os primeiros colocados terão seus projetos publicados em livro, cujos exemplares serão distribuídos para bibliotecas de universidades de todo Brasil.
As inscrições para a edição 2012 da premiação já estão abertas e podem ser feitas, até o próximo dia 24 de setembro, pelo site do concurso.
Vencedores do Prêmio Odebrecht Sustentabilidade 2011
1º lugar – Universidade Federal de Goiás (UFG)
Tema: Prática sustentável na construção civil através do reuso de sacos de cimento e de cal na produção e melhoria de argamassas para assentamento
Integrantes: Lorena Rezende dos Santos e Patrícia Eliza Floriano de Carvalho
Orientadora: Helena Carasek Cascudo
Proposta de reaproveitamento de embalagens de cimento e de cal como fonte de fibra de celulose para a produção e melhoria de desempenho de argamassas de assentamento. No próprio canteiro, a polpa de fibras de celulose é obtida com o uso de água e de uma ferramenta com hélice capaz de cortar o papel. O grupo realizou um programa experimental em laboratório e uma avaliação prática em um canteiro de obras. Segundo estudos apresentados pelo grupo, a solução também contribui para reduzir custos na produção desse insumo.
2º lugar – Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)
Tema: Utilização do resíduo do polimento de porcelanato na produção de materiais cimentícios
Integrante: Pablo Cardoso Jacoby
Orientador: Fernando Pelisser
Um dos principais resíduos da indústria de revestimentos cerâmicos, a lama resultante do processo de polimento do porcelanato é normalmente descartada em aterros. Segundo o autor do estudo, na região produtora de cerâmica do sul de Santa Catarina a geração desse tipo de resíduo chega a cerca de 1.000 t por mês. Devido a características como sua finura e sua composição química, seu potencial como material pozolânico foi avaliado para fabricação de materiais de construção à base de cimento, a fim de melhorar seu rendimento.
3º lugar – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Tema: Proposta de habitação de cunho socioambiental aliada à inovação tecnológica da construção
Integrantes: Ártano Silva dos Santos, Marina da Silva Garcia, Thainá Reis de Almeida Coelho
Orientador: Jardel Pereira Gonçalves
O trabalho propõe um projeto de habitação de cunho socioambiental, que associa conceitos como conforto térmico, eficiência energética, economia de recursos naturais e inclusão social. As inovações tecnológicas apresentadas atentam para questões de viabilidade na construção, e foram desenvolvidas não só com o intuito de atender às necessidades básicas da população, mas também em otimizar o processo da construção civil, tornando-a mais eficiente e sustentável.
4º lugar – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Tema: NetZero Office – Escritório de Energia Líquida Zero
Integrantes: Daniela Pacheco Pires, Eduardo Marocco de Siqueira e Rafael Gerzon Torres
Orientador: Paulo Otto Beyer
Os alunos projetaram um edifício de escritórios para cerca de 20 usuários sob o conceito de Energia Líquida Zero, em que seu consumo anual médio de energia seja igual à quantidade de energia que ele produz. O grupo lançou dados climáticos em softwares de análise e de simulação e desenvolveu um projeto de edifício que propõe menor consumo com iluminação e ventilação por meio de estratégias passivas, utilização de equipamentos eficientes, reaproveitamento de águas pluviais e estudo de fachadas e composição das construções. A demanda já reduzida da edificação seria compensada por painéis fotovoltaicos e uma turbina eólica.
5º lugar – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Tema: A esquadria ideal para permitir ventilação natural, controle da insolação e vista para o exterior
Integrante: Eduardo Leite Souza
Orientador: Enedir Ghisi
O trabalho desenvolveu uma esquadria que permite, ao mesmo tempo, a ventilação natural do ambiente, o controle da insolação e a vista para o exterior. A solução, segundo os pesquisadores, reduz o uso de energia elétrica com equipamentos para melhoria do conforto térmico interno e cria ambientes mais iluminados e saudáveis. As cidades de São Luís e Florianópolis foram usadas como estudo de caso.
Fonte: adaptado do website Odebrecht, 16/3/2012.