Interseção em Duplo Diamante Invertido - DDI

Sistema DDI (sigla para “intersecção em diamante invertido”), adotado nos EUA, elimina a construção de viadutos e propicia maior mobilidade para pedestres e ciclistas. Disposição inteligente das pistas em cruzamento possibilita controle do tráfego apenas por semáforos.

O aumento de congestionamentos de veículos estimula a construção de novas pistas, viadutos sobre o trecho mais lento ou a remodelação ampla do tráfego no local.

As autoridades brasileiras costumam pensar dessa forma, talvez porque muitas vezes tenham interesse em resolver as coisas com mais obras.

Contudo, um pouco de criatividade e a observação de bons projetos viários em outros lugares podem levar a soluções simples e relativamente econômicas. É o caso de engarrafamentos gerados nos acessos aos trevos quando há cruzamento de duas grandes vias, uma sobre a outra.

Do ponto de vista dos condutores de automóveis, é vantajoso permitir que as duas vias se cruzem sem que os veículos sejam obrigados a parar (se não houver trânsito). No entanto, quando o fluxo aumenta, haverá gargalo sob os viadutos, no qual os automóveis vindos da pista superior acessam a pista inferior, disputando espaço com os demais veículos acostados à direita para entrar no trevo.

Além disso, esse método tradicional ignora a mobilidade de pedestres e ciclistas, pois não é projetado para atender a esse grupo de usuário.

Nos Estados Unidos, tem sido cada vez mais utilizado o sistema DDI (sigla para “intersecção em diamante invertido”) para eliminar gargalos sob os viadutos, controlado por poucos semáforos, proporcionando maior espaço para pedestres e ciclistas se deslocarem nas vias.

Assista ao vídeo esquemático abaixo (DDI previsto para as rodovias interestaduais no cruzamento na cidade de Lacey, nos EUA):

Origem do DDI

O DDI não é invenção recente. Os franceses usaram essa solução em algumas estradas na década de 1970, mas ela não alcançou grande aceitação.

Na década passada, os norte-americanos redescobriram o sistema e passaram a usar em larga escala. Em 2009, a revista Popular Science elegeu o cruzamento DDI como uma das 100 melhores inovações do ano.

No Brasil, o primeiro projeto de DDI foi elaborado em Minas Gerais, modificação no trevo em frente ao BH Shopping, trajeto entre Belo Horizonte e Nova Lima. De acordo com os responsáveis pelo projeto, o sistema resolveria o gargalo da região por alguns anos e seu custo seria muito menor do que a construção de novo viaduto.

O projeto em Minas Gerais ainda não foi executado, mas seria interessante se, ao menos, ele motivasse os contratantes e projetistas de obras viárias a considerarem a possibilidade de sistemas que evitam grandes intervenções.

Dispor de forma inteligente as pistas em cruzamento poderá beneficiar tanto aos condutores quanto aos pedestres e ciclistas que também necessitam de mobilidade.

Fonte: Outra Cidade, publicado por Ubiratan Leal, 05/01/2017, atualizado em 03/07/2018.

Crédito da Imagem: Interseção em Diamante Invertido em Lacey, EUA (WSDOT, 2016)

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